terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Cai lagrima, cai...


Cai lagrima, cai...
Mas cai lentamente, pelo meu rosto.
Cai ...
Lentamente levando contigo o que na vida me perturba, e me faz chamar por ti em horas que nao mais me consigo conter e as memorias ganham vida dentro de mim apertando-me e sufocando-me.
Desejaria nao chamar por ti muitas vezes, mas sou incapaz de o fazer.
Pois quando o sentimento de saudade se identifica como factor de dor em meu peito, sou forcado a chamar por ti tendo sido brutalmente magoado pelo tempo.
Mas quando por ti chamo entrego-me inteiramente as lembrancas, deixo-me levar por memorias antigas, fazendo-te escorrer densamente pelo meu rosto desgastado pela infelicidade da distancia e da perda.
Falo abertamente com o meu silencio interior fazendo das minhas proprias perguntas respostas e das minhas respostas consolo.
Sonho por momentos, vadiando por lugares antigamente visitados acompanhado por quem os meus olhos choram.
Para tentar afastar-me das dores que o vazio provoca.
Aproveito a luz da lua para sentir que apartir dela, do outro lado alguem contempla esta mesma lua, murmurando baixinho "Que Saudades..." e talvez derramando as mesmas lagrimas juntamente que hoje eu choro.
Cai lagrima, cai...

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